A Feminista. Você é uma? | My Livre Mente

21 de mai. de 2014

A Feminista. Você é uma?

Uma das palavras que está na boca do povo hoje em dia é o Feminismo. Alguns equivocados pensam que o movimento se trata de algo recente e “modinha”, feito por adolescentes revoltadas para falar de uma opressão masculina que só existe nas cabeças das mesmas. Nesta matéria vou apresentar alguns argumentos históricos e filosóficos do feminismo que talvez você não conheça e talvez faça você perceber que é sim um ou uma Feminista.


Primeiro temos que parar pra pensar que mesmo nos dias de hoje, em uma sociedade que é considerada civilizada, uma mulher ainda tem que passar por diversas humilhações e comentários sem fundamento algum. Mesmo no século XXI d.C. uma mulher ainda é obrigada a aturar calada os denominados “encochadores” nos transportes públicos, ouvir que nunca vai ser nada só por ter nascido mulher, uma garota não pode ir com um short 4 dedos a cima do joelho para a escola porque os garotos não sabem respeitar o corpo e espaço de outro ser humano. Então, será mesmo que não existe nenhuma opressão masculina na vida de uma mulher? E é aí que entra o feminismo.
O feminismo foi um movimento criado no ano de 1848, na convenção dos direitos da mulher em Nova Iorque. Este movimento adquire cunho reivindicatório por ocasião das grandes revoluções. As conquistas da Revolução Francesa, que tinha como lema Igualdade, Liberdade e Fraternidade, são reivindicadas pelas feministas porque elas acreditavam que os direitos sociais e políticos adquiridos a partir das revoluções deveriam se estender a elas enquanto cidadãs. O feminismo sobretudo é um movimento político cuja meta é alcançar a igualdade entre homens e mulheres e garantir a participação das mulheres na sociedade de forma equivalente à dos homens.
Além disso, os movimentos feministas são movimentos intelectuais e teóricos que procuram desnaturalizar a ideia de que há uma diferença entre os gêneros. No que se refere aos seus direitos, não deve haver diferenciação entre os sexos. No entanto, a diferenciação dos gêneros é naturalizada em praticamente todas as culturas humanas.
Desde a antiguidade a mulher fora tratada como um mero brinquedo sexual masculino, os gregos as consideravam apenas como método de reprodução, pois os relacionamentos homossexuais eram vistos como fonte de inspiração e de prazer maior do que com a mulher. É claro que houve alguns momentos na história em que a mulher tinha direitos mais abrangentes, como na Idade Média por exemplo, onde a mulher tinha acesso total a profissão e à propriedade além de chefiar a família. Estes espaços se fecharam com o advento do capitalismo. Porém de modo geral, o sexo masculino sempre foi o centro da história humana.
A luta dos movimentos feministas não se esgota na equalização das condições de trabalho entre homens e mulheres. Trata-se de modificar a concepção, naturalizada, de que a mulher é mais “frágil” que o homem, o movimento tem a concepção de que a mulher faz tudo que um homem faz usando saia, um salto alto e tendo uma família para cuidar em sua casa.
O movimento ganhou força com a Revolução Industrial, onde a mulher começa a atuar nas indústrias e a ser exploradas nas mesmas com  tripla jornada de trabalho, dentro e fora de casa.
Na década de 1960, a publicação do livro O Segundo Sexo, de Simone de Beauvoir, que incentivou o movimento na medida em que mostra que a hierarquização dos sexos é uma construção social e não uma questão biológica. Ou seja, que a condição da mulher é uma construção da sociedade patriarcal, assim, a luta feminista também engloba a discussão acerca das raízes culturais da desigualdade entre os sexos.

Assim, com o crescimento do movimento e o fato de ele ter se tornado tão conhecido, mas ainda assim tão pouco compreendido, muitos acreditam que as mulheres pregam o ódio contra os homens ou tentam vê-los como inferiores, apesar de querermos apenas a igualdade.


“Ser feminista não é oprimir os homens, não é mostrar os seios na televisão ou na internet. Ser feminista não tem nada a ver com não poder amar um homem ou odiar um soldado. Ser feminista é apenas querer igualdade para que possamos viver com eles sem nos sentirmos inferiores, é fazer o mesmo que um homem, porém com um toque feminino. Ser feminista é ser mulher e dar valor a isso.”




Matéria escrita pela colunista Giih

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