Uma das palavras que está
na boca do povo hoje em dia é o Feminismo. Alguns equivocados pensam que o
movimento se trata de algo recente e “modinha”, feito por adolescentes
revoltadas para falar de uma opressão masculina que só existe nas cabeças das
mesmas. Nesta matéria vou apresentar alguns argumentos históricos e filosóficos
do feminismo que talvez você não conheça e talvez faça você perceber que é sim
um ou uma Feminista.
Primeiro temos que parar pra pensar
que mesmo nos dias de hoje, em uma sociedade que é considerada civilizada, uma
mulher ainda tem que passar por diversas humilhações e comentários sem
fundamento algum. Mesmo no século XXI d.C. uma mulher ainda é obrigada a aturar
calada os denominados “encochadores” nos transportes públicos, ouvir que nunca
vai ser nada só por ter nascido mulher, uma garota não pode ir com um short 4
dedos a cima do joelho para a escola porque os garotos não sabem respeitar o
corpo e espaço de outro ser humano. Então, será mesmo que não existe nenhuma
opressão masculina na vida de uma mulher? E é aí que entra o feminismo.
O feminismo foi um movimento criado
no ano de 1848, na convenção dos direitos da mulher em Nova Iorque. Este
movimento adquire cunho reivindicatório por ocasião das grandes revoluções. As
conquistas da Revolução Francesa, que tinha como lema Igualdade, Liberdade e
Fraternidade, são reivindicadas pelas feministas porque elas acreditavam que os
direitos sociais e políticos adquiridos a partir das revoluções deveriam se
estender a elas enquanto cidadãs. O feminismo sobretudo é um movimento político
cuja meta é alcançar a igualdade entre homens e mulheres e garantir a
participação das mulheres na sociedade de forma equivalente à dos homens.
Além disso, os movimentos feministas
são movimentos intelectuais e teóricos que procuram desnaturalizar a ideia de
que há uma diferença entre os gêneros. No que se refere aos seus direitos, não
deve haver diferenciação entre os sexos. No entanto, a diferenciação dos
gêneros é naturalizada em praticamente todas as culturas humanas.
Desde a antiguidade a mulher fora
tratada como um mero brinquedo sexual masculino, os gregos as consideravam
apenas como método de reprodução, pois os relacionamentos homossexuais eram
vistos como fonte de inspiração e de prazer maior do que com a mulher. É claro
que houve alguns momentos na história em que a mulher tinha direitos mais
abrangentes, como na Idade Média por exemplo, onde a mulher tinha acesso total
a profissão e à propriedade além de chefiar a família. Estes espaços se
fecharam com o advento do capitalismo. Porém de modo geral, o sexo masculino
sempre foi o centro da história humana.
A luta dos movimentos feministas não
se esgota na equalização das condições de trabalho entre homens e mulheres.
Trata-se de modificar a concepção, naturalizada, de que a mulher é mais
“frágil” que o homem, o movimento tem a concepção de que a mulher faz tudo que
um homem faz usando saia, um salto alto e tendo uma família para cuidar em sua
casa.
O movimento ganhou força com a
Revolução Industrial, onde a mulher começa a atuar nas indústrias e a ser exploradas
nas mesmas com tripla jornada de
trabalho, dentro e fora de casa.
Na década de 1960, a publicação do livro
O Segundo Sexo, de Simone de Beauvoir, que incentivou o movimento na medida em
que mostra que a hierarquização dos sexos é uma construção social e não uma
questão biológica. Ou seja, que a condição da mulher é uma construção da
sociedade patriarcal, assim, a luta feminista também engloba a discussão acerca
das raízes culturais da desigualdade entre os sexos.
Assim, com o crescimento do movimento
e o fato de ele ter se tornado tão conhecido, mas ainda assim tão pouco
compreendido, muitos acreditam que as mulheres pregam o ódio contra os homens
ou tentam vê-los como inferiores, apesar de querermos apenas a igualdade.
“Ser
feminista não é oprimir os homens, não é mostrar os seios na televisão ou na
internet. Ser feminista não tem nada a ver com não poder amar um homem ou odiar
um soldado. Ser feminista é apenas querer igualdade para que possamos viver com
eles sem nos sentirmos inferiores, é fazer o mesmo que um homem, porém com um
toque feminino. Ser feminista é ser mulher e dar valor a isso.”
Matéria
escrita pela colunista Giih